quarta-feira, 18 de maio de 2011

Bom debate proposto pelo Jornalista Julio Cesar Lima Prates - IBGE.

                     Quem não teve oportunidade, recomendo a leitura da postagem " Pensando em Santiago" de 18 de maio do corrente no Blog do Julio Prates. Primeiro pelo desafio de pensar Santiago em futuro próximo e mais alongado, saindo desta mesmice burra e conservadora de nossos políticos locais, como também pela sua analise sociológica dos dados finais do IBGE.
                    Este seu ato contribui via blogosfera efetivamente com o bom e necessário debate, "rumos e possibilidades". Gostaria de contribuir reapresentando um estudo feito por mim e minha colega de escritório político do Deputado Paulo Pimenta em Santa Maria, Lonita Ziani Gonçalves de novembro de 2010, um texto bem mais simplificado que o do Julio, ainda com os dados iniciais, porem ilustrativo de situações que estão marcando e projetando negativamente nossa cidade e região e a história contemporânea que estamos  escrevendo.




CENSO 2010

DADOS PRILIMINARES

Ao verificar os resultados dos dados preliminares do Censo 2010, constata-se que o Rio Grande do Sul foi o Estado que menos cresceu em população ao longo da década, com uma variação de apenas 3,8% em relação a 2000. Com esse incremento o Rio Grande do Sul apresentou médias anuais semelhantes às de países europeus, como a Suíça. Para especialistas em migrações, o Brasil passa por um processo de transição demográfica. De acordo com esse resultado preliminar 275 municípios do Rio Grande do Sul têm menos moradores do que 10 anos atrás – o equivalente a 55% do total. Esse encolhimento é um dos fenômenos de mudança na distribuição da população gaúcha fotografados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a análise do IBGE a queda populacional na maior parte dos municípios decorre de uma combinação de queda de maternidades com maciças ondas migratórias para novos pólos de crescimento. O primeiro fator é geral no Estado e fez com que o Rio Grande do Sul fosse a unidade da federação com menor taxa de crescimento populacional na década. O segundo elemento, as migrações, forjaram novos pontos de expansão populacional e levaram à despovoação de áreas.
A competitividade econômica atinge o tamanho dos municípios. A busca por emprego, qualidade de vida e segurança muda o mapa. Nas cidades, principalmente nas pequenas, só ficam idosos e crianças. Os demais migram para pólos regionais. Quando os centros regionais são economicamente dinâmicos, a população tende a migrar na própria região.
Na análise da totalidade dos municípios do Estado verifica-se que há crescimento no Litoral, região que vem apresentando essa tendência por ser pólo de atração e, em função da migração de aposentados e seus familiares. As pessoas buscam oportunidades. Enquanto o Litoral, a Grande Porto Alegre e a Serra Industrializada crescem; a Fronteira míngua.
A consequência mais grave do decréscimo populacional é a diminuição no FPM (Fundo de Participação dos Municípios), a exemplo, do Município de Santiago que deixará de receber cerca de R$ 700.000,00 por ano.
Dados indicam que em 1991 as crianças com menos de três anos somavam um total de 5,8% da população; em 2010 somam 3,26%. Os idosos, com mais de 69 anos, em 1991 somavam 4% e em 2010 somam 7,6%. A taxa de natalidade vem diminuindo, enquanto a população acima dos 69 anos vem crescendo em função do aumento da qualidade de vida.
Vale salientar outro dado curioso verificado no Censo 2010. O número de residências aumentou mais que a proporção de habitantes. Onde existia uma família com três pessoas, agora moram só duas. Isso se deve a facilidade ao crédito da casa própria.
Municípios da Região Centro que Cresceram
Município
Ano 2000
Ano 2010
Candelária
29.585
30.153
Itaara
4.578
4.994
Nova Palma
6.312
6.340
Novo Cabrais
3.565
3.855
Paraíso do Sul
7.212
7.330
Passa Sete
4.644
5.144
Quevedos
2.691
2.710
Santa Maria
243.611
259.004
São Vicente do Sul
8.336
8.429
Tupanciretã
20.947
22.198

No Centro percebe-se que, onde houve crescimento, o mesmo não é significativo. Esse Crescimento tem questões pontuais: novos assentamentos de Reforma Agrária, em Tupanciretã. Implantação de Escolas Técnicas em São Vicente. Qualificação e aumento de Instituições de Ensino Superior em Santa Maria. Em Nova Palma, o crescimento continua sendo atribuído ao aumento da produção primária e as operações da Usina Hidrelétrica Dona Francisca. Em Itaara, a consolidação da emancipação e o crescimento das propriedades de lazer (Chácaras) é uma possibilidade de crescimento populacional. Pode-se destacar a agricultura do Fumo nos demais municípios.


Municípios da Fronteira Oeste que Cresceram
Município
Ano 2000
Ano 2010
Barra do Quaraí
3.884
4.010
Nova Esperança do Sul
4.010
4.668
Manoel Viana
6.995
7.054

O crescimento do Município de Manoel Viana (Fronteira Oeste) está ligado ao evento de novos assentamentos da Reforma Agrária.
O Município de Nova Esperança do Sul tem um crescimento voltado a Indústria do Couro. Em relação a 2007 (censo agrário) o município perdeu 100 habitantes.
O crescimento do Município de Barra do Quaraí pode ter vinculação com o Comércio que ocorre entre Fronteiras.
Municípios da Campanha que Cresceram
Município
Ano 2000
Ano 2010
Candiota
8.065
8.707
Hulha Negra
5.359
6.038

Nota-se que os Municípios que apresentaram crescimento populacional na Campanha, cercam a Usina Termo- Elétrica.


Municípios da Região Centro, da Fronteira Oeste e da Campanha, que Diminuiram
Município
Ano 2000
Ano 2010
Agudo
17.455
16.716
Alegrete
84.338
77.304
Bagé
118.767
116.078
Caçapava do Sul                                                                                                                                                           
34.643
33.639
Cacequi
15.311
13.638
Cachoeira do Sul
87.873
83.400
Dom Pedrito
40.410
38.519
Dona Francisca
3.902
3.396
Faxinal do Soturno
6.841
6.668
Itaqui
39.770
38.151
Ivorá
2.495
2.139
Jaguarí
12.488
11.283
Jari
3.751
3.575
Julio de Castilhos
20.416
19.570
Maçambará
5.035
4.497
Mata
5.575
5.111
Restinga Seca
16.400
15.834
Rosário do Sul
41.058
39.580
Santana do Livramento
90.849
81.964
Santiago
52.138
49.014
São Borja
64.869
61.433
São Francisco de Assis
20.810
19.220
São Gabriel
62.249
60.006
São João do Polêsine
2.745
2.633
São Martinho da Serra
3.246
3.201
São Pedro do Sul
16.989
16.358
São Sepé
24.621
23.704
Silveira Martins
4.153
3.842
Toropi
3.196
2.952
Unistalda
2.644
2.448
Uruguaiana
126.936
125.171
Vila Nova do Sul
4.263
4.221

Os Municípios da região que não cresceram: Santiago, Alegrete, São Borja, Uruguaiana, confirmam os estudos de migração da população jovem e com capacitação técnica, formada nas novas Instituições de Ensino Superior, para regiões onde há carência dessa mão-de-obra qualificada como nos Municípios do Vale dos Sapateiros e Industrialização da Serra. Observa-se um crescimento populacional. Vale salientar, também a migração de jovens sem qualificação profissional.
Alegrete um dos municípios que teve o maior decréscimo, sempre exportou seus cidadãos. No entanto, apresentava um índice elevado de nascimentos, o que compensava. Agora, com a baixa fecundidade e a manutenção da migração, o fato fica mais evidente. 
Em Itaqui, Uruguaiana, Alegrete e São Borja, o número de pessoas por domicílio é de 3,15%. A média dos outros Municípios da região é de 2,85%. Constata-se dados referentes ao aumento de pessoas por domicílio, contudo não  houve um crescimento efetivo nas cidades citadas. Esse dado deve-se hipoteticamente, a área de produção de arroz e sua industrialização; as novas unidades de Ensino, o grande número de trabalhadores em transporte de carga; ou ainda o somatório dessas hipóteses.
Somente em 18% das cidades do Rio Grande do Sul a expectativa de crescimento aconteceu. Em Santa Catarina 40% das cidades teve crescimento. Por outro lado, na região Norte do Brasil o crescimento ficou além da expectativa.

Santa Maria RS, novembro de 2010.


Escritório Deputado Federal Paulo Pimenta
Lonita Ziani Gonçalves
Tide  Lima.

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