terça-feira, 17 de maio de 2011

Caso Banrisul: desfalque na Expointer mostra modus operandi da quadrilha

Igor Natusch
Uma planilha eletrônica intitulada “Relação NF por empresa – EXPOINTER 2009” acabou servindo de base para determinar valores desviados a partir da Expointer 2009 por uma quadrilha que instalou-se no setor de marketing do Banrisul. O arquivo, parte dos documentos apreendidos na sede da empresa Conexão Sul, mostra valores destinados a nomes como “Bobo”, “Comissão Agência”, “D”, “MR” e “Velho”, identificados por meio de documentos e escutas telefônicas com alguns dos participantes do esquema de superfaturamento de materiais publicitários do banco. Por meio da soma dos valores associados a cada um dos codinomes, mais os 10% de comissão, chegou-se a um montante de R$ 854.032,02 indevidamente obtidos via fraude – apenas um dos vários casos que, ao todo, lesaram os cofres públicos em cerca de R$ 10 milhões.
O valor apurado pelas investigações do MP sobre a Expointer 2009 bate com o dinheiro localizado nas residências e escritórios de Walney Fehlberg, Davi Antunes de Oliveira, Gilson Storck e Armando D’Elia Neto. Montantes em reais, dólares e euros foram encontrados em posse dos acusados, sem que coincidissem com as rendas declaradas de cada um. Na casa de Walney Fehlberg, por exemplo, foram localizados valores de R$ 169 mil e US$ 40 mil, sendo que o acusado garante que tinha como única renda os R$ 15 mil mensais recebidos enquanto superintendente de marketing do Banrisul.
Além da Expointer, pelo menos outros 23 eventos teriam servido de pretexto para o desvio de recursos a partir de orçamentos publicitários superfaturados. Entre eles, temos uma série de acontecimentos chave no calendário econômico e cultural do RS, como a Festa da Uva, Fenarroz, Expoagro, Expodireto-Cotrijal, a Corrida Pela Vida e o Festival de Cinema de Gramado, entre outros. Em todos eles,teria sido verificada a ação coordenada e criminosa de uma envolvendo, entre outros, o vice-presidente do Banrisul, Rubens Bordini e seu superintendente de marketing, Walney Fehlberg; Antonio D’Alessandro, um dos donos da DCS, e Armando D’Elia Neto, diretor da agência; Gilson Storck, representante da SLM; e Davi Antunes de Oliveira, responsável por gerenciar a participação das empresas envolvidas no esquema.

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