segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Armas de uso restrito abastecem o crime organizado



O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), relator da CPI da Violência Urbana (2010) na Câmara, apontou durante os trabalhos da Comissão a unificação dos sistemas de cadastramento de armas e munições como uma das medidas principais a serem adotadas no combate à violência. O parlamentar defende a unificação do sistema de cadastramento de armas e munições, pois, em seu entendimento, facilitaria o rastreamento do arsenal desviado das forças armadas e auxiliares. O tema voltou ao debate, após o assassinato da juíza Patrícia Lourival Acioli na madrugada esta sexta-feira (12). De acordo com a perícia as cápsulas encontradas em carro da magistrada morta são de uso exclusivo da polícia.
Segundo Pimenta, que também foi relator da CPI do Tráfico de Armas (2006), não há justificativa razoável para o fato de o Brasil manter ativos dois mecanismos de controle: o SINARM, Sistema Nacional de Armas, gerenciado pela Polícia Federal, e o SIGMA, Sistema de Gerenciamento Militar de Armas, sob responsabilidade do Comando do Exército, e um resquício da época ditatorial. Para Paulo Pimenta, a existência de duas modalidades de cadastramento dificulta a atividade policial, a identificação da origem das armas e o rastreamento. O rastreamento é fator chave para o sucesso do trabalho investigativo, pois permite o mapeamento de rotas e a compreensão do caminho percorrido por armas e munições.
Em junho, o parlamentar denunciou que o crime organizado intensificou ataques contra quartéis das Forças Armadas, postos da polícia militar e delegacias com o objetivou de adquirir armamento de grosso calibre. Conforme relatório, somente este ano, 21 instituições públicas foram invadidas e registraram roubos de fuzis, metralhadoras e pistolas. Também ocorreram furtos de munições e granadas. No total, foram desviadas 651 armas de uso restrito. “Quando reforçamos a vigilância em nossas fronteiras, o crime organizado passa a ter dificuldades em obter armas e munições. Com isso, os criminosos buscam abastecer suas facções desencadeando uma série de ações contra instituições públicas”, afirmou Pimenta.

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