sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Investir na juventude rural é prioridade política e estratégica para o desenvolvimento do Estado


      Agosto é o mês da juventude, sendo a data comemorada no dia 12, um ótimo momento para refletirmos sobre o que é e como se comporta a juventude atual, especialmente a rural.

      Sabemos do grau de sedução das grandes cidades, que muitas vezes iludem e atraem para os centros urbanos jovens empreendedores, que não sentem, em suas famílias lá no campo, a firmeza e o apoio necessário para encararem com compromisso a responsabilidade de planejarem e gerirem suas propriedades. Hoje, no RS, mais de 31% das propriedades da agricultura familiar não têm jovens para garantir a sucessão.

        Investir no jovem rural é viabilizar a própria agricultura, mas para isso é preciso derrubar as barreiras e garantir o acesso à terra e ao crédito, construir opções de lazer e cultura e internet, para que o jovem se informe e interaja com o meio, seus parceiros e suas organizações.

       Esse novo valor que o meio rural está conquistando através de diversas políticas públicas, a exemplo do recém lançado Plano Safra do RS com o Bolsa Jovem, pode ser fortalecido com a implementação de um PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Rural. O objetivo é investir na infraestrutura no campo, garantindo um modelo de desenvolvimento sustentável do ponto de vista da renda, do meio ambiente e de um novo modo de vida, valorizando o agricultor e reorientando a educação para a formação de agricultores gestores de seu próprio negócio.

      Na perspectiva de abrir a agenda da juventude rural para o futuro, a Emater/RS-Ascar, em conjunto com as organizações ligadas ao campo, em parceria do Governo do Estado, está organizando o seminário Juventude e Sucessão na Agricultura Familiar, que será realizado durante a Expointer 2012, e que vai trazer para a sociedade a pauta da sucessão familiar rural, buscando mudar o movimento de esvaziamento ou de envelhecimento do campo, que se soma à situação no Brasil e em vários outros países.

     O problema é global, até porque as influências culturais e de consumo acontecem em todos os países, mas a busca de soluções deve ser local, respeitando as características, culturas e valores de cada região.

    O momento para discutirmos e definirmos alternativas e soluções é este, já que a sociedade precisa conhecer e reconhecer a nobreza e valorizar esse tipo de atividade, que é determinante para a produção de alimentos, de água e de oxigênio, como faz a agricultura familiar para toda a população, seja urbana, seja rural. Afinal, o meio rural é o melhor lugar para se viver com qualidade.

*Presidente da Emater/RS e superintendente

Nenhum comentário :

Postar um comentário